A menor animação do mundo


Dot é um curta de animação em stop-motion italiano que se auto-declara a menor animação do mundo. Dot é também o nome da protagonista, uma diminuta menina de 9 milimetros de altura que luta contra todas as agruras de uma vida pequenina. Para a filmagem foi usado o CellScope, um aparelho para câmeras de celular que permite a realização de fotografias através de um microscópio.

Pequena paixão

À primeira vista você pode achar que as fotos abaixo foram tiradas de alguma revista ou blog de design de interiores. Pois bem, continue descendo...

Surpresa! A dimensão desses ambientes é praticamente o tamanho da palma de sua mão.

Há uns três anos, Annina Günter resolveu concretizar sua paixão por miniaturas. As criações da designer gráfica não são simples casinhas de boneca, mas pequenos projetos de deixar muito decorador para trás. Quando decidiu começar a montá-las, ela fuçou em várias comunidades relacionadas à miniatura e buscou, em sites como e-Bay, réplicas de móveis produzidos por gente de referência. É o caso da cadeira Corona, desenhada pelo dinamarquês Poul Volther em 1964, que aparece na foto abaixo. Mas como nem tudo existe nessa escala, algumas peças são feitas manualmente.
No blog de Annina é possível manter-se informado sobre as novidades e, caso você queira dar uma geral no que já foi feito vá até o flickr da moça. O trabalho bem feito vem arrebanhando admiradores e repercutindo por aí de tal forma que agora ela decidiu disponibilizar alguns ítens na Etsy. Para você que se interessou, fique sabendo que existem algumas lojas especializadas na venda de móveis e objetos nessas proporções miniaturizadas e outras pessoas com a mesma paixão. Infelizmente os preços não são lá muito camaradas, mas se você estiver realmente disposto a "brincar" em casa, segue umas dicas:
Elf Miniatures
Delph Miniatures
Mini by design (Etsy)

E para conhecer outras pessoas com o mesmo hobby, dá uma olhada na lista abaixo:
Call Small
Mini Modern
Amy's Miniatures

Agora, dá licença que eu vou ali comprar uma casinha.

Quando os laços ganham vida


Se você - como eu - sempre teve alguma dificuldade em fazer aqueles belos laços na hora de empacotar um presente, é provável que fique bastante espantado com o que faz o japonês Baku Maeda...


Utilizando laços de diferentes cores, alguma paciência e bastante criatividade, Maeda criou um projeto que chamou de Ribbonesia ("Ribbon", em inglês, significa fita, laço). Nele, cria pequenas esculturas de tecido, que representam diversos animais e são capazes de deixar qualquer presente tão fofinho que seria maldade desmanchar o laço.



Os laços serão vendidos no futuro, mas não têm data definida para isso... Por enquanto, você pode espionar todos os modelos no site do projeto.

A arte da guerra


Um avião criado, produzido e utilizado para a guerra pode se tornar uma obra de arte? Para a polêmica artista plástica britânica Fiona Banner, a resposta é sim. Descontextualizados e dentro do ambiente de um museu, para ela os aviões lembram algo pré-histórico, como ossadas de dinossauros com sua escala descomunal e linhas agressivas.

É com isso em mente que ela resolveu polir e pintar duas aeronaves aposentadas da marinha britânica - um caça de decolagem vertical Sea Harrier e um caça-bombardeiro Sepecat Jaguar - e colocá-las dentro da tradicional Tate Gallery, em Londres. Confira mais fotos abaixo:




Nós ainda não conseguimos aviões para criar nossas próprias obras, mas se você quiser conferir, demos um jeito de transformar um outro caça britânico em camiseta...

Teste de fidelidade

E se você conseguisse identificar a traíção de seu/sua namorado(a)? E melhor, desse para descobrir com quem foi e com direito à foto? Já pensou nisso? Pois é, assista ao clipe "Beware! The killer!", da banda Mondrian e descubra a máquina da infedelidade!



A banda fez uma parceria com a produtora espanhola NYSUFilm, que reúne um time de novos talentos na área, e lançou também outros dois clipes do mesmo estilo (LOVE, a collission e Last Breakfast on Planet Surf).

Sidewalk Catwalk

Quem resolver passear pela Broadway, em Nova York, nas próximas semanas (quem me dera!), vai encontrar diversos manequins pelo caminho. Ao todo são 32 peças estacionadas na calçada, criadas por estilistas diferentes, que representam alguns dos maiores ícones da indústria da moda. A ação foi organizada para divulgar o distrito da moda da cidade e também para levar um pouco da fashion art para o público em geral.

Ah, o evento vai até o dia 3 de setembro. Depois disso, quem quiser adquirir um modelete pode tentar arrebatar seu favorito no e-bay.

Se não der pra ir a Nova York pessoalmente, seguem aí algumas fotos... São, de cima até em baixo, da esquerda pra direita, os modelitos de Yeohlee Teng, Donna Karan, Kenneth Cole, Naem Khan, Nicole Miller, Norma Kamali, Tommy Hilfinger e Nanette Lepore.

Tetris-esculturas

Quase todo mundo já jogou o clássico game Tetris, inclusive o sueco Michael Johansson. O problema é que ele talvez tenha ficado tão viciado, que resolveu ir mais longe e trazer ideia para a realidade. Por meio de objetos do cotidiano, o artista cria esculturas que lembram verdadeiros módulos do jogo em 3D. As proporções variam. Bolinhas de ping-pong, cadeiras, impressoras, caixas, carros e até mesmo contâineres são cuidadosamente encaixados para criar a forma desejada. Já pensou em organizar seu armário dessa maneira?

Confira abaixo mais algumas fotos das obras de Michael...



Fast Lane


Na Alemanha, para promover o lançamento de um novo modelo de carro, a Volkswagen resolveu criar uma campanha de marketing pouquíssimo convencional. A ação, entitulada "Fast Lane", tem como objetivo modificar situações cotidianas e banais e adicioná-las de alguma adrenalina, sob o intuito de provar que as pessoas se divertem mais quando as coisas andam mais rápido.

Para isso, criaram um tobogã nas escadarias do metrô, transformaram um elevador em um foguete e colocaram um skate nos carrinhos de supermercado. Pra ver tudo isso em ação, assista o vídeos deste post...


Ney Matogrosso no ZigueZague

Entre os dias 9 e 12 de junho, ocorreu em São Paulo a oitava edição do ZigueZague. Para quem não conhece, o evento costuma ocorrer no MAM-SP (Museu de Arte Moderna, em São Paulo) em paralelo à SP Fashion Week, e tem como proposta discutir moda, música e arte contemporânea - campos que atualmente se influenciam mutuamente.

Esse ano, a abertura contou com a participação do músico performático Ney Matogrosso. Nós estávamos na plateia para conferir e, abaixo, reproduzimos algumas das partes mais interessantes da coletiva.
Sempre na Vanguarda
"Desde que me entendo por gente, sou uma pessoa contrária às regras. Me lembro que nos idos dos anos 50, no Rio de Janeiro, eu saia na rua de regata e as pessoas só faltavam me jogar pedra. Eu não entendia como no Rio, uma cidade quente, você não podia usar camiseta. Depois disso, já em São Paulo, eu não tinha dinheiro para comprar um sapato e comprei um tamanco português. Eu andava com aquele tamanco pelas ruas e as pessoas me xingavam.

Quando lançaram a sandália Havaiana, eu achei que aquilo era uma libertação. Daí, eu comprei uma, passei na casa da minha tia e ela me expulsou dizendo: "Você nunca mais volte aqui com os pés de fora". Eu não compreendia, não achava que seria mais ou menos homem porque estava com os pés de fora. Eu tinha uns 18 anos... Desde então alguma coisa em mim se soltou, eu pensei: não estou nem aí para o mundo, vou viver da maneira que eu quiser, vou me vestir como eu quiser e eu vou ser quem eu quiser."

Cara pintada
"Diziam que artista não podia andar na rua. Eu tinha 31 anos e não queria perder esse direito porque eu adoro, até hoje. E, inspirado no teatro, eu fui numa loja que vendia maquiagem e comecei a pintar o rosto, cada hora um jeito diferente. A partir do momento que eu perdi o meu rosto, adquiri uma coragem que eu não sabia que existia. Eu tinha vergonha das minhas mãos, eu tinha vergonha dos meus pés, eu não tinha coragem de trocar de camisa na frente de uma pessoa. Com a maquiagem eu não era alguém, eu era um ser híbrido e sem vergonha."

Uso de imagem
"Quando comecei a ver fotos minhas, a princípio, eu fiquei chocado. Olhava e não me reconhecia. Por outro lado, entendi que a imagem era algo muito forte e que eu poderia, e cabia a mim, conduzí-la – era um veículo para o inconsciente das pessoas –, me pertencia e eu podia usá-la. Desde então, todas as imagens minhas fui eu que determinei. Sempre seleciono a primeira que vai aparecer no trabalho. Depois a gente perde o controle..." As diversas facetas
"Nunca fiquei preso ao passado e nunca tive medo do futuro. Quando saí dos Secos e Molhados fiz aquele figurino de crina de cavalo e ossos. Depois, quando acabou esse trabalho eu quis outra coisa, pensei "vou virar gente" e, aí, veio Bandido [álbum que marca a fase mais ousada e sexualizada da carreira de Ney]. Eu tinha medo da reação das pessoas, porque era algo bastante escandaloso. Por mais louco que fosse, eu não queria ser rejeitado. Mas, no Bandido eu comecei a entender também que não precisava ser sério."

Erotismo
"Desde a primeira vez que subi no palco – com os Secos e Molhados – havia uma carga erótica. No Homem de Neanderthal [primeiro álbum solo após a saída do Secos e Molhados], existia a nudez, mas não esse erotismo porque eu estava muito tenso, preocupado, e ali eu era um bicho. Quando eu fui fazer Bandido, eu resolvi que seria mais humano e, portanto, livre. Sexualidade e sexo explícito era permitido e exigido de mulheres, homens jamais podiam expressar a sua sexualidade. Mas, sou um homem sexualizado, então, por que não posso mostrar isso para as pessoas? Todo mundo é sexualizado e todo mundo esconde. Aí eu exacerbei, era uma pessoa que dormia se não praticasse sexo; aquilo era de verdade. Eu olhava para a plateia e a desejava. Eu imaginava que aquilo fosse um ser só e eu queria aquele ser. Era algo dirigido para todas as pessoas, não era homens ou mulheres, ou velhos ou jovens, era liberado e oferecido para todas as pessoas como é até hoje. Claro que não é igual hoje em dia, em que eu não tenho essa coisa louca e é mais uma brincadeira, mas existe ainda aquela sexualidade."
Oferenda
"Desde que eu acordo eu estou ofertando. Antes de eu entrar em cena, eu foco dentro de mim, mentalizo que algo passa por dentro de mim e sai para a platéia – é a única coisa que eu faço antes de entrar no palco. Sempre quero mais. Mas, esse querer mais, essa inquietude, é meio egoísta porque não é pensando na platéia, e sim, pensando em conseguir manter o meu prazer para poder oferecer a ela. Porque se eu me mantiver interessado, talvez eu possa me manter interessante."

Apostas
"Eu acho interessante quando tem algum risco. Por exemplo, quando eu fiz o Inclassificáveis e foi um sucesso enorme, logo em seguida, eu disse “agora eu vou fazer o contrário” – quero cantar só clássicos da música popular brasileira, de terno. Por incrível que pareça, esse trabalho não fez o barulho que o anterior fez, mas ele é muito bem recebido. As pessoas entendem que é meu movimento."


Ney Matogrosso fez parte da Semana de Moda do Rio, no começo de junho, em parceria com a Blue Man. Foi a primeira vez na vida que ele participou de um desfile (veja o vídeo acima). Segundo ele "...foi legal. Tinha um lance teatral na performance que me interessou". O violonista Yamandú Costa também participou.

Movimentos reinventados

Ilusão de movimento. Basicamente é assim que se define o fenacistoscópio.

O nome complicado, fenacistoscópio, é referente à técnica de animação inventada em 1829 por Joseph Plateau. Os desenhos, ligeiramente diferentes, são estampados em uma estrutura redonda e lisa, semelhante ao disco de vinil. Depois, ao serem girados e refletidos em espelhos proporcionam a impressão de movimento.

Isso pode parecer antigo, mas ainda hoje é usado de várias formas e pode resultar em criativas obras audiovisuais. Um bom exemplo é o vídeo Stuck in a Groove/Phonovideo, do estudante austríaco Clemens Kogler. Ele utilizou o fenacistoscópio aliado às vantagens tecnológicas atuais. Com duas câmeras, um retroprojetor e dois toca discos, capas de vinis famosos são animadas. Segundo Kogler, o uso das imagens foi justamente para afirmar os laços entre o encarte do álbum e as músicas que ele trás.
Vale a pena conferir o experimento que foi realizado pelas ilustrações do próprio criador, Clemens Kogler, com influências da cultura pop em geral. Abaixo, segue o vídeo:

Stuck in a Groove / Phonovideo from Clemens Kogler on Vimeo.